quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A eterna discussão sobre melodia e letra. O que é mais importante?

Segundo a avaliação de críticos e músicos consagrados, o conjunto! Mas tendem os compositores a valorizar letras, enquanto musicistas a melodia.
O fato é que na ultima década apesar da existência de ótimas bandas que produzem com perfeição este conjunto, o que se vê e ouve na mídia são letras sem uma tônica coerente com ideias superficiais pautadas numa melodia interessante, muitas vezes riquíssimas em acordes, instrumentos e efeitos.
De forma diferente, ocorre que em letras interessantes abordando temas reflexivos vemos a ausência de uma melodia bem elaborada e original, muitas vezes soando como plagio pela simplicidade de sua execução.
É complicado, pois o centro desta questão se trata na verdade da funcionalidade da música! (?) Se definida fundamentalmente como produtora de significantes, ouso afirmar com toda coerência que a letra, mas se tratarmos como arte que por sua vez não esta vinculada a uma função definida, há de se valer qualquer coisa!
Para Zeca metal grande baterista e amigo meu de Vitória da Conquista a melodia está em 1º plano seguida de uma boa letra, para Weldon Borja também residente de Vca e grande guitarrista, interprete e compositor a letra seguida da melodia, assim como eu, embora ele possua a capacidade plena de escrever tanto letra como melodia, temos em comum a ideia de que uma boa melodia sem uma letra que fale de algo mais do que apenas trivialidades é um desperdício de acordes e sons.
Enfim, música com propósito, que seja mais que apenas soar bem aos ouvidos.

Um comentário:

Um Índio disse...

E quanto à música instrumental, teria menos valor, seria um desperdício de sons? Não creio. Nunca que uma obra de Bach, (só pra citar um exemplo), ou ainda de Miles Davis (pra ficar mais atual) pode ser considerada um desperdício de sons. O maior valor da música, como de outras artes, é despertar sentimentos, penso eu. A função comunicadora de opiniões da arte veio depois da comunicadora de emoções.

Não que eu menospreze a importância das letras, muito pelo contrário, sou defensor da poesia, da filosofia e da política veiculadas através da música, mas não acho que seja uma condição sine qua non para a boa música.

Ademais, também aproveito para defender canções que falam de trivialidades (no sentido de cotidiano, se foi esse o sentido usado) citando alguns nomes como: Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Renato Russo (ex. Giz) que fizeram muitas canções excelentes sobre coisas comuns, mas carregadas de poesia e melodia, e que conseguiram exercer seu principal objetivo: tocar o coração das pessoas.

Abraço